quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

RECADO AO PREFEITO: HÁ AINDA QUEM NÃO SE VENDE


É natural que o prefeito Luiz Tadeu Leite não goste de ser criticado. Ser bajulado é, sem dúvida, muito melhor. No entanto, ele foi um dos maiores críticos que já passaram pela imprensa de Montes Claros, quando tinha na ZYD-7 um programa intitulado “Boca no Trombone”. Durante seis anos ele viveu de criticar o então prefeito Toninho Rebello, quando este construía a Avenida Sanitária, que o radialista (e vereador) dizia ser uma obra para os ricos passearem de carro, ou o Terminal Rodoviário, que ele dizia estar sendo construído no fim do mundo, para que os pobres não pudessem ter acesso à rodoviária. Suas críticas não tinham nenhum fundamento, como se pode ver hoje, eram simplesmente eleitoreiras.

E de suas três passagens pela chefia do executivo de Montes Claros, a única na qual ele apresentou algum resultado positivo foi exatamente quando recebeu a prefeitura daquele que tanto criticara durante seis longos anos. Fácil de entender as razões: recebeu uma prefeitura com milhões em caixa, diversos projetos aprovados dentro do Programa Cidades de Porte Médio, o que facilitou o acesso a recursos federais, quadro de funcionários completamente “enxuto”, sem nenhum empreguismo. Com tudo favorável, conseguiu até realizar algumas obras, que até hoje estão aí, como o prédio da prefeitura e o mercado municipal. Promoveu também o fechamento de parte do canal da avenida sanitária, talvez esta sua melhor obra. Em compensação, deu início ao inchamento no quadro de pessoal da prefeitura, por questões eleitoreiras, dobrando o número de empregados que recebera de seu antecessor.

Suas duas outras gestões foram lastimáveis: no mandato de 1993 a 1996, foi tão mal que tentou jogar a culpa em seu antecessor, Mário Ribeiro, por sinal seu padrinho e um dos principais responsáveis por sua primeira eleição à prefeitura, pois deu à sua chapa a credibilidade que ele, Tadeu, não tinha. Começava aí a mostrar seu verdadeiro caráter. Dizem que até hoje a família Ribeiro, que tem raízes e faz parte da história de Montes Claros, não se esquece da ingratidão de Tadeu. Mais tarde viria tornar-se inimigo também de Athos Avelino, outro que o ajudara como vice-prefeito. Por sinal, em sua vida política Tadeu sempre procurou destruir quem o ajudou. Questão de caráter, não? Mais recentemente, o que fez ele com sua vice-prefeita, Cristina Pereira, sem a qual também não se elegeria? Será que sempre ele que estava certo?

No atual mandato ninguém é capaz de citar uma obra sequer realizada nos últimos três anos pelo prefeito Tadeu Leite. Não à toa, Jairo Ataíde e Athos Avelino são primeiro e segundo nas pesquisas eleitorais realizadas até agora. Tadeu tem a maior taxa de rejeição já vista por um prefeito em final de mandato. Como já dissemos outras vezes, por isso o prefeito quer vender todo o patrimônio público que for possível, inclusive parte da Praça de Esportes. Ou ele faz dinheiro para promover asfaltamento de segunda qualidade em ruas de bairros periféricos, ou sua reeleição vai para o fundo do poço. Estádio Municipal para 15 mil pessoas e grandioso teatro podem até ser iniciados pela atual administração, caso a Justiça permita a venda de parte da Praça de Esportes (o que juristas credenciados acreditam que não), mas não haverá tempo para suas conclusões. Quem nos últimos 11 meses não conseguiu sequer recuperar a Praça Cel Ribeiro, como conseguirá suspender um estádio para 15 mil torcedores no pouco tempo que resta de mandato?

O prefeito tem a força do cargo e a caneta na mão para comprar apoios e consciências (quase todos aqueles que ocuparam todas as cadeiras da Câmara Municipal na última terça-feira), mas não terá o amparo daqueles que lutam pela história de Montes Claros e não por interesses políticos ou eleitorais. E saiba que a historiadora montes-clarense Ruth Tupinambá, que não assinou artigo que era nosso no Jornal de Notícias do domingo retrasado (o nome dela saiu por um lapso, ABAIXO DO NOSSO), também é contra a venda da Praça de Esportes. Em artigo recente, no Jornal de Notícias e no site do montesclaros.com, ela indaga: “O que será da nossa “Princesa do Norte” se a Administração Pública” continuar retalhando-a, vendendo pedaços às empresas gananciosas que pensam somente em cifras”. Para Dona Ruth Tupinambá, o prefeito “chegou ao cúmulo do absurdo: vender parte da nossa Praça de Esportes...” Não tente,pois, prefeito Tadeu Leite, o senhor sim, distorcer a verdade para confundir as pessoas. Quem não quer a venda da Praça, como nós, está simplesmente defendendo os interesses de Montes Claros. Ao contrário do senhor, que defende unicamente seus interesses políticos e eleitorais. Por sinal, como sempre fez.
A crítica dói mesmo, deve até parecer agressiva e mal educada, principalmente para quem, como prefeito nos últimos três anos, tem como única “obra” a eleição do próprio filho a deputado. Questão de caráter... tem gente que acha normal! Nós não achamos. E como nós, muita gente, mas muita mesmo, graças a Deus!

Autor : Jornalista Jorge Silveira.

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