quinta-feira, 30 de junho de 2011

Manifestação de Professores

Passeata dos Educadores

Categoria continua greve pelo pagamento do Piso Salarial

A assembleia da categoria realizada hoje decidiu pela continuidade da greve.

Ninguém faz greve porque gosta ou por não ter responsabilidade com sua profissão. A adesão à greve é a resposta do profissional que chegou ao limite de suas condições de trabalho, carreira e salário.
A greve iniciada no dia 08 de junho é a resposta da categoria a um semestre de reuniões com o Governo do Estado sem retornos relacionados à política salarial. É a nossa tentativa de interromper um ciclo de derrotas e retiradas de direitos iniciado em 2003 em Minas Gerais. É a greve pelo Piso Salarial Profissional Nacional.
Nenhuma greve é igual a anterior. Esta greve tem caracteristicas importantes:
mais de 70 mil profisisonais da educação (de acordo com dados do Governo do Estado) já disseram não ao novo modelo remuneratório do Governo do Estado demonstrando que a categoria tem clareza de quer Piso e carreira;
outras setores do funcionalismo estão reagindo, demonstrando que o problema de desvalorização não é apenas da nossa categoria. Neste momento estão em greve a Polícia Civil organizado pelo SindPol, os trabalhadores da saúde organizados pelo Sind-Saúde e os trabalhadores do Ipsemg, organizados pelo Sisipsemg;
é uma greve que atinge todas as regiões do estado. O nosso percentual de adesão é de 50%.
tem participação de todos os setores da escola, inclusive de servidores efetivos das Superintendências Regionais de Ensino;
a categoria está acompanhando e cobrando uma postura comprometida das direções do sindicato, seja direção estadual ou direção das subsedes.
Recuperar a capacidade de resistência a posturas do governo de retirada de direitos e a capanidade de mobilização permanente são desafios para a nossa organização enquanto categoria.
Hoje tinham mais de 6 mil profissionais da educação em nossa assembleia estadual.
Contamos com a participação dos servidores da saúde que iniciaram a greve hoje.
Os deputados estaduais Rogério Correia, Adelmo Leão, Elismar Prado, Paulo Lamac, André Quintão e Carlim Moura estiveram presentes em nossa Assembleia. A Cut, através do Carlos Magno e Tomaz de Jesus também estavam presentes.
O movimento estudantil esteve presente atraves da Ames (Associação Metropolitana de Estudantes Secundaristas), UEE (União Estadual de Estudantes) e o Movimento Estudantil de Pará de Minas.
Ao final da assembleia fizemos um ato na sede do Ministério Público Estadual e no prédio da Assembleia Legislativa.
As nossas passeatas começaram a ficar previsíveis (passeata até a Praça Sete) e por isso, em parceria com os trabalhadores da saúde, realizamos um ato político de abraço ao prédio da Assembleia Legislativa e do Ministério Público.
Acompanhe abaixo o calendário aprovado:
29/06 (quarta-feira): A partir de 9:30
Manifestação durante a Audiência Pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentaária da Assembleia Legislativa
Local: Auditório da Alemg
Convidados: Guido Mantega, Ministro de Estado da Fazenda
Aécio Neves, Senador da República
Itamar Franco, Senador da República
Leonardo Lima, Secretário de Estado da Fazenda
Renata Vilhena, Secretária de Estado de Planejamento e Gestão.
Participação de várias autoridades nacionais.
Objetivo desta Audiência: Debater a dívida do estado com a União
Nosso objetivo nesta atividade: Debater a dívida do Governo de Minas com a nossa categoria e com a educação e dialogar com a mídia nacional que fará a cobertura do evento.
18:30 h - Participar do 3o Encontro dos Movimentos Sociais "Minas não quer CHOQUE, quer terra, trabalho e educação"
Plenário da Assembleia Legislativa
30/06 e 01/07: atividades locais (visita às escolas que ainda não aderiram a greve, visita e audiência Pública nas Câmaras Municipais, assembleias locais, panfletagens, entrevistas nos meios de comunicação da cidade e região)
02/07: (sábado) Reuniões das direções das subsedes para organização do movimento nas regiões do estado
04/07 (segunda-feira): Ato no Tribunal de Justiça e protocolo das primeiras ações individuais de cobrança do Piso Salarial (o horário será divulgado posteriormente)
05/07 (terça-feira): atividades locais
06/07 (quarta-feira): Dia Nacional de Paralisação em defesa do Piso, Carreira e PNE
com assembleia estadual e ato em Belo Horizonte
Participação das redes municipais
Outros encaminhamentos foram votados pelo Comando Estadual de Greve e Assembleia e serão encaminhados.
Concentração para a atividade de 29/06 na Assembleia Legislativa
Ribeirão das Neves, 8 hs na Escola Estadual Pedro Pereira
Subsede Venda Nova, 8:20, Escola Estadual Três Poderes
Algumas agendas regionais divulgadas hoje ao final da assembleia:
29/06
Reunião do Comando de Greve de Contagem (Rua Rodrigues Alves, 223, Bairro JK)
30/06
Ato público organizado pela Subsede Padre Eustáquio
16 h,Avenida do Canal, em frente a Escola Estadual Professor Francisco Brant
01/07
Assembleia regional conjunta das subsedes de Contagem, Barreira e Ibirité
14 h, Escola Sindical 7 de Outubro

domingo, 26 de junho de 2011

"Loucos e santos"


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

domingo, 19 de junho de 2011

Revendo Paulo Coelho

A mulher perfeita

qui, 09/06/11

por Paulo Coelho |

Nasrudin conversava com um amigo.

- Então, mullah, nunca pensaste em casamento?

- Já pensei – respondeu Nasrudin. – Em minha juventude, resolvi conhecer a mulher perfeita. Atravessei o deserto, cheguei em Damasco, e conheci uma mulher espiritualizada e linda; mas ela não sabia nada das coisas do mundo.

Continuei a viagem, e fui a Isfahan; lá encontrei uma mulher que conhecia o reino da matéria e do espírito, mas não era bonita. Então resolvi ir até o Cairo, onde jantei na casa de uma moça bonita, religiosa, e conhecedora da realidade material.

- E por que não casaste com ela?

- Ah, meu companheiro! Infelizmente ela também procurava um homem perfeito.

A linguagem do asno

sex, 17/06/11

por Paulo Coelho |

O sábio Saadi de Xiras caminhava por uma rua com seu discípulo, quando viu um homem tentando fazer com que seu asno andasse. Como o animal recusava-se a sair do lugar, o homem começou a insultá-lo com as piores palavras que conhecia.

— Não sejas tolo – disse Xiras. — O burro jamais aprenderá tua linguagem. O melhor será que te acalmes, e aprendas a linguagem dele.

E afastando-se, comentou com o discípulo:- Para brigar com um burro, você precisa ser tão burro quanto ele.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Melhore a autoestima

Bem Estar dá dicas práticas e eficientes para melhorar a autoestima

Do G1, em São Paulo

Gostar de si mesmo deve ser um exercício diário, praticado na frente do espelho e em todos os outros lugares. Não é fácil se amar, pois essa tarefa exige que muitos fatores estejam em harmonia: o lado pessoal, familiar, profissional, social. Mas o mais importante é dar o peso certo para cada problema e não deixar que os obstáculos naturais da vida impeçam você de ser feliz e se sentir bem.

A proposta do Bem Estar foi dar dicas simples e eficazes para as pessoas darem a volta por cima e ficarem mais confortáveis consigo mesmas.

Normalmente, todo mundo pensa que quem sai à noite para ir a uma festa está muito bem, com a autoestima em alta, mas nem sempre é assim. E, quanto mais alguém se sente triste e desanimado, pior é para a saúde, pois o risco de doenças aumenta.


· Dicas para elevar sua auto-estima

Aqui estão algumas dicas para identificar e aumentar sua auto-estima:

O que é auto-estima?
É a opinião e o sentimento que cada pessoa tem por si mesma.É ser capaz de respeitar, confiar e gostar de si.

Características da baixa auto-estima:
- insegurança
- inadequação
- dúvidas constantes
- sentimento vago de não ser capaz de realizar nada >> depressão
- não se permite errar
- necessidades de agradar a todos, de aprovação, de reconhecimento

O que diminui a auto-estima?
- sentimentos de culpa, de abandono, de frustração, de inveja, de timidez, de insegurança, de medo, de humilhação, de raiva

· Para elevar a auto-estima é preciso:

- identificar suas qualidades e não só os defeitos
- aprender com os erros e a experiência passada
- tratar-se com amor e carinho
- acreditar que merece ser amado(a) e que é especial
- fazer todo dia algo que o deixe feliz. Pode ser coisas simples como dançar, ler, descansar, ouvir música, caminhar.

Resultados da auto-estima elevada
- sentimentos de ansiedade e insegurança diminuem
- amor-próprio aumenta
- maior satisfação pessoal
- maior desempenho profissional
- relações mais saudável com amigos e com a família
- paz interior, bem estar, serenidade.

domingo, 12 de junho de 2011

Reflexão...

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme
de medo.

Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas,
o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos
povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar
nele nada mais é do que desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.Voltar é impossível na existência. Você
pode apenas ir em frente.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.

E somente quando ele entra no oceano é que o medo
desaparece.

Porque só então o rio saberá que não se trata de
desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.

Por um lado é desaparecimento e por outro lado é
renascimento.

Assim somos nós.

Só podemos ir em frente e arriscar.

Coragem !! Avance firme e torne-se Oceano!!!"

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O que é cidadania?

Extraído do site: http://www.brasilescola.com/sociologia/cidadania-ou-estadania.htm

O termo cidadania tem origem etimológica no latim civitas, que significa "cidade". Estabelece um estatuto de pertencimento de um indivíduo a uma comunidade politicamente articulada – um país – e que lhe atribui um conjunto de direitos e obrigações, sob vigência de uma constituição. Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua dignidade –, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva.

A cidadania formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a um Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Em segundo lugar, na ciência política e sociologia o termo adquire sentido mais amplo, a cidadania substantiva é definida como a posse de direitos civis, políticos e sociais. Essa última forma de cidadania é a que nos interessa.

A compreensão e ampliação da cidadania substantiva ocorrem a partir do estudo clássico de T.H. Marshall – Cidadania e classe social, de 1950 – que descreve a extensão dos direitos civis, políticos e sociais para toda a população de uma nação. Esses direitos tomaram corpo com o fim da 2ª Guerra Mundial, após 1945, com aumento substancial dos direitos sociais – com a criação do Estado de Bem-Estar Social (Welfare State) – estabelecendo princípios mais coletivistas e igualitários. Os movimentos sociais e a efetiva participação da população em geral foram fundamentais para que houvesse uma ampliação significativa dos direitos políticos, sociais e civis alçando um nível geral suficiente de bem-estar econômico, lazer, educação e político.

A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformando frente às dominações, seja do próprio Estado ou de outras instituições.

No Brasil ainda há muito que fazer em relação à questão da cidadania, apesar das extraordinárias conquistas dos direitos após o fim do regime militar (1964-1985). Mesmo assim, a cidadania está muito distante de muitos brasileiros, pois a conquista dos direitos políticos, sociais e civis não consegue ocultar o drama de milhões de pessoas em situação de miséria, altos índices de desemprego, da taxa significativa de analfabetos e semianalfabetos, sem falar do drama nacional das vítimas da violência particular e oficial.

Conforme sustenta o historiador José Murilo de Carvalho, no Brasil a trajetória dos direitos seguiu lógica inversa daquela descrita por T.H. Marshall. Primeiro “vieram os direitos sociais, implantados em período de supressão dos direitos políticos e de redução dos direitos civis por um ditador que se tornou popular (Getúlio Vargas). Depois vieram os direitos políticos... a expansão do direito do voto deu-se em outro período ditatorial, em que os órgãos de repressão política foram transformados em peça decorativa do regime [militar]... A pirâmide dos direitos [no Brasil] foi colocada de cabeça para baixo”.1

Nos países ocidentais, a cidadania moderna se constituiu por etapas. T. H. Marshall afirma que a cidadania só é plena se dotada de todos os três tipos de direito:

1. Civil: direitos inerentes à liberdade individual, liberdade de expressão e de pensamento; direito de propriedade e de conclusão de contratos; direito à justiça; que foi instituída no século 18;

2. Política: direito de participação no exercício do poder político, como eleito ou eleitor, no conjunto das instituições de autoridade pública, constituída no século 19;

3. Social: conjunto de direitos relativos ao bem-estar econômico e social, desde a segurança até ao direito de partilhar do nível de vida, segundo os padrões prevalecentes na sociedade, que são conquistas do século 20.

1CARVALHO, José Murilo. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. pp. 219-29

Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Greve em Minas e Educação Nacional

Para que meus alunos conheçam outras opiniões, copiei do blog do professor Tiago Menta, texto no qual ele aborda as reivindicações dos professores de Minas Gerais.


Em assembléia realizada ontem pela categoria os professores mineiros iniciam um novo movimento grevista a partir do dia 08 de junho, próxima quarta-feira, tendo como reivindicação primordial o cumprimento da chamada "lei do Piso" estabelecido pelo governo federal e que o governo do Estado, através de maquinarias matemático-financeiras, não vem honrando.
Nos últimos anos tivemos movimentos grevistas em nosso estado, em 2010 e 2008, e isso está se transformando em ação corrente devido a incapacidade dos estados brasileiros de vislumbrarem a educação como política real de desenvolvimento humano, a médio e longo prazo, e isso passa, para horror dos "educadores" contratados por Veja (Claudio Moura, Gustavinho, etc), sobre a questão mais que urgente e vergonhosa de uma política de valorização efetiva de todo magistério.
Não dá para conviver com uma realidade que lhe obriga a dar aulas em duas, até três escolas simultaneamente e em horários distintos; não dá para conviver com salas de aula abarrotadas de jovens, as vezes beirando 50, tratados como gado; não dá para fechar os olhos a todas as formas de violência praticadas e existentes no ambiente escolar (agressão, drogas, autoritarismo, bullyng); não dá para querer que hoje um jovem estudante deseje ser um educador com salários de fome (o próprio piso já é um salário de fome, ou alguém pode ter uma vida tranquila, digna, condizente com as necessidades de um educador com por exemplo pouco mais de R$ 900,00 mês?!).
Toda greve é um momento de exceção para o educador, é o último recurso, em desespero, diante de quadro tão vexaminoso. Encarar uma greve, deixar de dar suas aulas, é transtorno certo: pela falta de entendimento da sociedade, pelo individualismo dos pais, pela pressão exercida por governos como no corte de pagamentos e até demissão de muitos educadores contratados, o medo de ficar sem rendimentos para os meses seguintes e os fantasmas da inadimplência, atraso de aluguéis e em muitos casos até falta de comida na mesa de famílias.
Hoje o estado de Minas Gerais, governado por Antonio Augusto Anastasia (tecnocrata levado ao poder pelo padrinho Aécio Neves), é mais um exemplo, e não por acaso governado pelo PSDB (partido alinhado com lógicas empresariais no trato com a coisa pública, trazendo de baixo do braço o chamado choque de gestão - que significa enxugar, enxugar, enxugar, especialmente nas políticas sociais, e é um partido desvinculado aos problemas sociais que afligem a maioria/hoje tratados como pessoas diferenciadas) de como não se promove justiça social, dai o movimento de greve dos professores, dos policiais militares e civis, dos servidores da saúde, dos servidores do IPSEMG (previdência e saúde dos servidores mineiros).
Lidamos com governos que tratam a educação com números, só números. Mais crianças nas escolas, menor reprovação, ok. Mas, qualidade de ensino? Isso inexiste. Os educandos saem de nossas escolas, em sua boa parte, totalmente despreparados para a vida e para o mercado de trabalho, cada dia mais exigente. Não é sem razão que o nosso empresariado reclama que falta mão-de-obra qualificada.
O estado de Minas Gerais no que tange ao ensino médio, um dos objetivos mais nítidos de política educacional atual (depois da universalização do ensino fundamental e o combate ao completo analfabetismo), realiza uma organização curricular perversa: poucas são as escolas integrais, poucas são as escolas com políticas de formação profissional, e ainda por cima promovem uma diluição de conteúdos mesmo sabedor que os alunos serão cobrados em concursos vestibulares ou mesmo o exame do ENEM, exemplo:
- na escola onde trabalho, EE. Zilda Arns Neumann, o ensino médio regular é organizado assim
1º anos: 11 disciplinas.
2º anos: 9 disciplinas (saem Artes e Física).
3º anos: 8 disciplinas (saem Artes, Geografia e História).
Eu pergunto: como o educando irá recuperar estes conteúdos? Não recuperam...e dá-lhe defasagem. Rememorando que cada escola tem autonomia para alterar a distribuição dos conteúdos, mas sempre nesta estrutura deturpada de 11 disciplinas no 1º, 9 no disciplinas no 2º e 8 disciplinas no 3º!!
Se aqui a situação é de incompetência geral, em outros estados de nossa federação a situação não muda, e muitas vezes até piora como quando pegamos os exemplos de camaradas nordestinos (com merenda escolar desviada ou mesmo sub-utilizada, falta de transporte escolar, salários pagos abaixo do salário mínimo) e até mesmo de colegas que trabalham nas periferias de grandes centros como São Paulo (com escolas latão, horários de fome, discriminação na contratação de professores obesos) e Rio de Janeiro (onde se paga R$ 700,00 a um educador e ainda se convive diariamente com poderes paralelos!!).
O pior é que o modelo sindical brasileiro também não é uma garantia de lutas pelos reais interesses dos trabalhadores, afinal desde a Era Vargas (1930-1945) que qualquer sindicato é reconhecido e legalmente válido se vinculado ao Ministério do Trabalho, ou seja, os sindicatos estão emprenhados no corrupto e excludente Estado brasileiro, dai o peleguismo histórico das mais diversas categorias, usadas como manobra política e muitas vezes eleitoreira.
Assim, toda e qualquer mobilização real pela educação nacional só será vitoriosa se tiver em seu núcleo o apoio e participação populares, não só com os professores e suas famílias na rua, mas com você que me lê, independente da condição social, o Brasil precisa urgentemente que o seu povo se mobilize pela educação, dando um passo verdadeiramente revolucionário em nossa história.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Um Dia Você Aprende...

"Com o tempo voce aprende a construir todas as suas estradas no hoje porque o terreno do amanha é incerto demais para os seus planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão."

Shakespeare.