terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Sociedade, o Indivíduo e a Educação que Temos e Queremos

O sistema educacional brasileiro está inserido no contexto do sistema global capitalista que atualmente se encontra em crise.

Para melhor entendermos tal crise e posteriormente tentar respondê-la é necessária a formação de um projeto político-pedagógico, ou melhor, um projeto de uma educação para a emancipação humana.

Para pensarmos em um projeto emancipatório, temos que analisar algumas questões: a sociedade, o indivíduo e a educação que temos e que queremos. De início fizemos um breve histórico da sociedade que temos, em seguida a perspectiva que temos; posteriormente uma reflexão do indivíduo que temos e que queremos e finalmente um apanhado histórico da educação que temos e sua perspectiva.

Analisamos a sociedade que temos a partir de um breve histórico. Na Comunidade Primitiva onde o modo de produção era comunal, tudo era feito em comum, não havia classes sociais; em seguida, os povos da Antiguidade e, posteriormente, a sociedade na Idade Média possuíam ainda algumas características da sociedade antiga. O meio dominante de produção era a terra e a forma econômica dominante era a agricultura.

As sociedades pré-modernas não possuíam consciência histórica, eram capazes de reproduzir-se por períodos extremamente longos, o trabalho não constituía uma esfera separada, existia inferioridade social e dependência.

Por fim, a sociedade moderna que contou com uma força destrutiva para seu progresso; foi a invenção das armas de fogo, ou seja, estavam sendo destruídas as formas pré-modernas, elementos fundamentais do capitalismo passaram a existir porque contaram com a economia militar e de armamento.

Para ganhar dinheiro as pessoas passaram a vender sua força de trabalho. Rompidas as relações naturais com base em laços de sangue em que a nobreza e a servidão eram passadas de pai para filho, na modernidade capitalista as relações passam a ser sociais. Inaugura a existência da crítica social: uma imanente ao sistema, e outra categorial. O capitalismo sem limites tinha como objetivo a transformação do dinheiro em dinheiro; o dinheiro é a encarnação do trabalho, ou melhor, o fundamento do sistema capitalista reside na produção do valor, a valorização do dinheiro.

Logo, o capitalismo com limites reduzia o tempo de trabalho ou continuava com o tempo de trabalho como medida de produção; desviava a aplicação do capital; surgia um novo caminho, mercado financeiro; uma grande parte não conseguia mais existir dentro das formas sociais capitalistas. Podemos lembrar que a crise se manifesta nos próprios países núcleo-capitalistas.

A necessidade de fazer um apanhado histórico da sociedade em que vivemos veio demonstrar claramente que chegamos a uma sociedade capitalista em crise, global-terminal-estrutural; tendo como objetivo enfocar elementos teóricos básicos e decisivos para entendermos melhor como podemos elaborar um projeto emancipatório, norteado pelos aspectos apresentados.

Nossa perspectiva em relação à sociedade é estarmos inseridos em uma sociedade mundial que não necessita mais de fronteiras, na qual todas as pessoas possam se deslocar livremente e existir em qualquer lugar o direito de permanência universal.

O homem moderno simplesmente não consegue imaginar uma vida além do trabalho. O homem adaptado ao trabalho, ou seja, a um padrão; está fazendo com que a qualidade específica do trabalho perca-se e torne-se indiferente.

O homem moderno não passa de mercadoria produzindo mercadoria e vendendo sua própria mercadoria. As mulheres tornam-se responsáveis pela sobrevivência em todos os níveis. Os homens tornam-se dependente de uma relação abstrata do sistema.

Como já mencionamos antes, a perspectiva que temos é a constituição de um sujeito como objetivo, capaz de construir uma sociedade igualitária, criativa, diversa, livre e prazerosa no ócio.

Na Comunidade Primitiva, relacionando-se com a terra, com a natureza entre si as pessoas se educavam e educavam as novas gerações; não havia escola. Na Antigüidade, com o aparecimento de uma classe social ociosa, surge uma educação diferenciada, surge a escola. Só tinham acesso à escola as classes sociais ociosas, a maioria que produzia continuava se educando no próprio processo de produção e da vida.

Na Idade Média, a maioria continuava se educando no próprio processo de produzir a sua existência e de seus senhores através das atividades consideradas indignas, a forma escolar da educação é ainda uma forma secundária.

É na sociedade moderna que se forma a idéia de educação para formar cidadãos, escolarização universal, gratuita e leiga, que deve ser estendida a todos; a escola passa a ser a forma predominante da educação.

De acordo com Enguita (1989), era preciso inventar algo melhor e inventou-se e reinventou-se a escola; criaram escolas onde não havia, reformaram-se as existentes e nelas introduziu-se a força toda a população infantil. A instituição e o processo escolar foram reorganizados de forma tal que as salas de aula se converteram no lugar apropriado para se acostumar às relações sociais do processo de produção capitalista, no espaço institucional adequado para preparar as crianças e os jovens para o trabalho.

O que queremos é a emancipação da educação como princípio educativo e a formação de um sujeito da emancipação como objetivo.
Este trabalho foi realizado tendo por base uma fundamentação histórica da sociedade em que vivemos, para então, em particular analisarmos a situação atual de nossa educação que hoje está inserida em uma sociedade em crise.

A superação dessa sociedade visa a formulação de um projeto emancipatório que pretende construir uma nova sociedade que vá além do valor, do dinheiro, da mercadoria, do trabalho, do Estado e da política.

Por Rodiney Marcelo Braga dos Santos
Colunista Brasil Escola
Especialista em Gestão Escolar (UECE).
E-mail: professormarcelobrga@oi.com.br

• Skinheads, a ideologia dos Skinheads, entrevista com skinhead, a ideologia neonazista, as...

Skinheads é uma subcultura juvenil que possui tanto aspecto musical como também estético e comportamental. Os skinheads se originaram na década de 1960, no Reino Unido, constituído em sua maioria por brancos e negros (imigrantes jamaicanos), reunidos pela música (ska, reggae, rude boys, etc.).

Um skinhead pode ser tanto um garoto quanto uma garota que têm afinidades e se sente bem com essa cultura. Apesar de a expressão skinhead ser traduzida como “cabeça pelada”, há skins que não seguem esse estereótipo, podem ter mais cabelo do que muitos que não são skins e se vestir totalmente contrário ao estilo mostrado pela mídia.

A cultura skinheads da década de 60 ficou famosa por promover confrontos nos estádios de futebol (confronto entre as torcidas dos times rivais, conhecido na Inglaterra como hooliganismo) e por alguns skins demonstrarem animosidade para com os paquistaneses e asiáticos. Mesmo tendo apatia por essas duas culturas, os skins dessa época eram contra os grupos neonazistas e não aceitavam o racismo contra negros, já que muitos desses skins eram descendentes de negros. A “segunda geração” de skinheads surgiu no final da década de 1970, essa mesclou a cultura do “espírito de 69” à cultura punk, mas na década de 1980, a cultura skinhead sofreu grandes mudanças, a principal delas foi a fragmentação da cultura em diversos submovimentos, pois nesse período, com a infiltração da política dentro da cultura skin, integrantes do movimento passaram a promover o racismo contra negros, a xenofobia, a homofobia e a cultivar as ideologias neonazistas. Por esse motivo, hoje temos skinheads de todos os estilos, há os skinheads que curtem a vida sem manifestar preconceito para com seu semelhante e os que demonstram uma animosidade extrema para com aqueles que se diferem de alguma forma, como a cor da pele.

Atualmente é comum os meios de comunicação e muitas pessoas associarem a palavra skinhead às agressões fascistas e grupos neonazistas, mas vale ressaltar que tradicionalmente os verdadeiros skins têm estado sempre à margem dessas atitudes condenáveis de agressões contra o próximo. Portanto, ao ouvir a expressão skinhead ou ao ver um simpatizante dessa cultura, não é bom rotulá-lo como a mídia faz, primeiramente devemos saber se aquele skin pertence à cultura originária na década de 60 ou aos grupos nascidos na fragmentação do movimento na década de 80.

Para conhecer melhor as pessoas que fazem parte da cultura skinhead, segue parte de uma entrevista com um skin, que para evitar inconvenientes será chamado de “Caio”.

Brasil Escola:
Quem são os skinheads?

Caio:
Acho que o perfil varia muito, vai desde o pai ou mãe de família que trabalha pra sustentar a casa, ao rapaz mais novo, que cursa a faculdade ou trabalha, talvez os dois. Claro que há sempre aqueles tipinhos que são a escória que sujam a imagem de todos.

Brasil Escola:
Esse movimento é organizado, ou seja, existe uma espécie de associação dos skinheads?

Caio:
Não.

Brasil Escola:
Vocês têm preconceitos para com nordestinos, homossexuais, negros e índios?

Caio:
Nunca, eu tenho ancestrais negros e indígenas, e não tenho vergonha, orgulho ou preconceito de algum tipo em relação a isso, e qualquer um que se diga skinhead não pode ser racista. Fato.

Brasil Escola:
Que tipo de simbologia há dentro do grupo skinhead?

Caio:
Acho que certas simbologias foram inventadas.

Brasil Escola:
Há rivalidade entre skinheads de um grupo para com outro?

Caio:
Rivalidade? Skinheads não têm isso de “eu sou mais skinhead que você”, coisa de moleque bobo que sai lendo coisa na internet e paga de mau.

É importante ressaltar que todos os grupos sociais de diferentes raças, credos, nacionalidades, devem ser respeitados, pois vivemos em uma sociedade democrática onde todos têm o direito de ser, pensar e crer, como e no que quiser.

Por Eliene Percília
Equipe Brasil Escola

domingo, 28 de agosto de 2011

Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa.




Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a) agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual, ou a perda dos meios de subsistência.

O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas.

As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando sentimentos de medo e ansiedade.

As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou cometer suicídio.

O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia, pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar ajuda.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba.

Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento de ensino/trabalho.

Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

O crescimento da industrialização no Brasil proporcionou a inclusão da mulher no mercado de trabalho



São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de vista cultural e social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos sociais, enfim, na vida em sociedade.

Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.

Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil, ocorreram a transformação da estrutura produtiva, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de fecundidade nas famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.

Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007, a população brasileira chega a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de mulheres. Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População Economicamente Ativa) brasileira, em 2001, tinha uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade média das mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.

Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho. Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem tido uma inserção maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa melhora entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a cargos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/ocupações.

Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mercado de trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas ou trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras mais importantes está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres negras, com baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade brasileira.

Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do governo do Estado de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego feminino na Região Metropolitana de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5% para as mulheres e de 10,1% para os homens, aumentando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso significa que na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres que integravam a População Economicamente Ativa, encontrava-se na condição de desempregada.”

O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23% delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presença feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste, que são efetivadas no mercado.

O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas próprias mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha crescendo. O que se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de trabalho é que ocorre uma dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública da vida privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na população economicamente ativa.

Orson Camargo
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Sociologia - Brasil Escola

sábado, 27 de agosto de 2011

Decisão TSE ref. Athos Avelino

TSE confirma por unanimidade a elegibilidade de Athos Avelino
Decisão do TSE coloca ponto final numa mentira alimentada maciçamente pelos adversários do ex-prefeito nas eleições do ano passado. A perseguição sofrida por ele acabou custando sua eleição à Assembleia Legislativa


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu provimento ontem, 25 de agosto, ao recurso do ex-prefeito Athos Avelino, confirmando por unanimidade sua elegibilidade, validando, inclusive, todos os votos que ele obteve nas eleições do ano passado, quando se candidatou a deputado estadual.
No recurso, Athos Avelino pedia para que fosse esclarecido de uma vez por todas que ele não tinha e nem tem qualquer impedimento em se candidatar a qualquer cargo eletivo. Os ministros do TSE foram unânimes, em sessão transmitida ao vivo pela TV Justiça. A decisão, relatada pelo ministro Marco Aurélio e acompanhada pelos demais, deixa claro que o então candidato tinha todas as condições legais para ser candidato, tanto que foi determinado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Minas Gerais que valide imediatamente todos os votos obtidos por Athos Avelino na disputa eleitoral do ano passado.
Com isso, seus mais de 21 mil votos serão contabilizados para a legenda do PPS e provocarão imediato reflexo na composição da Assembleia Legislativa, pois o partido, pelo qual concorreu na eleição de 2010, ganhará mais uma cadeira no parlamento mineiro. “Estou plenamente satisfeito, pois foi reparada uma grande injustiça contra nós. Pena que apenas muito depois da eleição, pois hoje eu estaria tomando posse na Assembleia de Minas em defesa do nosso povo”, desabafou, lembrando que deixou de ser eleito porque foi vítima de mentiras e perseguições por parte dos seus adversários.
Athos Avelino sofreu intensa campanha difamatória e caluniosa, disseminando entre a população a mentira de que estaria inelegível. Isso foi feito durante todo o processo eleitoral, com a utilização de vários meios de comunicação, entre eles a rádio do atual prefeito. Nos dias que antecederam a eleição foram distribuídos milhares de panfletos apócrifos, induzindo os eleitores a não votarem nele. No dia da eleição, 3 de outubro, chegaram ao extremo de afixar esses panfletos dentro das seções eleitorais.
“Sinto-me revigorado agora mais do que nunca e pronto para os embates que o ano de 2012 me reserva”, comemorou. Na noite de ontem, Athos Avelino recebeu ligações de todo o país parabenizando-o pela decisão do TSE e pelo fim da discussão quanto a sua elegibilidade nas eleições do ano que vem.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

GÊNERO: FATOR DE DESIGUALDADE

Algumas das características das desigualdades sociais
- Diferenças culturais perpetuadas e sustentadas por crenças dominantes.
Preconceitos e crenças difundidas e sustentadas pelas classes que mantém o domínio econômico e cultural. Idéias falsas que buscam manter o poder de uma categoria sobre outra. Crer que pessoas pobres são pobres por serem preguiçosas, ou que alunos de escolas públicas conseguem um futuro promissor apenas tendo vontade de alcançar o mesmo (não levando em conta as diversas barreiras encontradas pelos mesmo).
- Organização das instituições favorecendo a desigualdade.
A religião, por exemplo, na época da escravatura afirmava que o negro não tinha alma.
As instituições de Ensino Superior passaram a receber mulheres com freqüência a partir dos anos 60 nos EUA.
A ciência afirmava que características físicas das mulheres as prejudicavam na busca de um lugar de presença na sociedade, logo afirmava que seu lugar natural era a casa.
- Acesso desigual a recursos.
Os diversos recursos geradores de desigualdade que observamos no texto anterior.
As desigualdades...
- Ocorrem entre 2 ou mais categorias.
- Tendem a ser duradouras.
- Os movimentos através da divisão são raros ou demorados a serem realizados.
- Chances de vida e estilo de vida identificam as pessoas nestas categorias.
É um acesso desproporcional a recursos, materiais e culturais (simbólicos).
Quanto maior a oportunidade (educação, acesso a cultura, possibilidade de desenvolver uma personalidade critica entre outros fatores), maior será a liberdade individual (autonomia do individuo para realizar tarefas, se auto-sustentar sem necessitar da ajuda do Estado, como por exemplo, para ter acesso ao bem estar como a saúde, saber ser crítico, correr atrás de seus direitos entre tantos outros).
Para entender melhor o que a autora está querendo dizer com a liberdade de oportunidade, coloquei um texto que se refere a teoria que ela utiliza. Apenas para um melhor aprofundamento. Vale a pena ler na integra! FONTE.
Para o autor, a desigualdade em nenhum momento aparece como resultado do processo de acumulação de capital, nem tampouco está relacionada a esse contexto. A concepção de desigualdade do autor reside na desigualdade de oportunidades pela privação de liberdades básicas, na desigualdade do indivíduo isolado, na ausência de condições iguais básicas de existência (acesso à saúde, educação, saneamento básico, alimentos, etc.), únicos elementos capazes de serem proximamente igualados entre os indivíduos empiricamente tão diversos, como afirma Sen. É a constituição dessas ‘liberdades’ (por exemplo, liberar o indivíduo da fome) que são capazes de dar às pessoas sua “condição de agentes” para atuarem livremente e construir seu futuro como queiram.
“O desenvolvimento consiste na eliminação de privações de liberdade que limitam as escolhas e as oportunidades das pessoas de exercer ponderadamente sua condição de agente” (Sen, 2000: 10).
“Com oportunidades sociais adequadas, os indivíduos podem efetivamente moldar seu próprio destino e ajudar uns aos outros”
Assim cria o conceito de “liberdades substantivas” como elemento central da igualdade. “As liberdades substantivas incluem capacidades elementares como, por exemplo, ter condições de evitar privações como a fome, a subnutrição, a morbidez evitável e a morte prematura, bem como as liberdades associadas a saber ler, fazer cálculos aritméticos, ter participação política e liberdade de expressão etc.
Basta dar aos indivíduos condições básicas iguais para que eles exerçam com liberdade seu papel de homem econômico; basta livrá-lo das “fontes de privação” que lhe tolhe as oportunidades como a “pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destruição social sistemática, negligência dos serviços públicos, intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos”.

Conceituando Gênero
Um conceito novo, que vai explicar as desigualdades que antes eram explicadas através da biologia para então passar a explicar estas diferenças através das desigualdades sociais, em fim, a desigualdade entre sexo é uma desigualdade social e não biológica.
Diferenças biológicas (sexo): - Contestadas ao longo do tempo -
Diferenças que vão justificar através de diferenças físicas a desigualdade entre homens e mulheres.
-Pouca força física da mulher;
-Menor peso do cérebro;
-Fragilidade da mulher;
-O lugar natural da mulher sendo a casa.
O corpo (características físicas) passa a definir as relações, e ainda no século XXI ainda é fator de desigualdades e preconceitos.
Com estes argumentos ocorre a legitimação das desigualdades sociais a partir da ciência (Instituição influenciando neste ponto).
Aspectos socialmente construídos (gênero):
Vão recorrer a aspectos históricos e atuais, para demonstrar a construção social da desigualdade entre homens e mulheres.
Os aspectos que possibilitaram a ascensão social (participação econômica e política) da mulher na sociedade ao longo do tempo:
-Vida na esfera domestica;
-Desenvolvimento industrial;
-Queda do pensamento divino;
-Avanço da racionalidade;
-Movimento feminista pega carona com movimentos organizados (movimento de libertação negra, hippie, entre outros);
-Participação na esfera pública e política;
-Mecanização (homens e mulheres possuindo a mesma força, acabando com os argumentos baseados na força);
-Participação da mulher no nível superior de ensino (iniciando na década de 60, ainda enfrentando barreiras quando se estuda a desigualdade de gênero). Conhecimento técnico-científico possibilitando a ascensão social das mulheres.
-Passa a atuar na apenas na esfera domestica, mas também na esfera pública.
O termo gênero se mostrou neutro, destacando que, tanto mulheres como homens são produtos do meio social, e, com efeito, suas condições de vida são variáveis e históricas.
As diferenças no cotidiano
A definição do sexo, já antes do individuo nascer, molda toda a vida que vem pela frente, desde a cor do quarto até a vida profissional (mesmo havendo uma abertura maior das profissões tipicamente masculinas, existe uma influência muito grande quanto as escolhas futuras).
Sendo, portanto, um processo de socialização (lembrando o conceito de socialização no inicio do ano) e educação (cultural).
Gênero vem desta forma a significar relações de poder, diferenças de acesso aos recursos produtivos e simbólicos (culturais).
Engels e a origem da família – uma contextualização apenas
Houve um momento na historia em que as famílias eram matriarcais (diferente das patriarcais, a mulher era o centro da família), logo a economia doméstica era a base de toda a economia.
- Com avanços no campo surge excedentes na produção, o homem passa a ser desta forma o foco principal da economia, pois era ele o responsável por estes serviços (colheita, criação de animais, etc), logo mantendo o controle do mesmo.
- As riquezas referentes aos homens passaram então a aumentar, não acontecendo o mesmo com as mulheres.
- Logo as famílias passaram a ser patriarcais, o homem veio a ser o centro da família, a herança passou de uma linha materna para uma linha paterna.
“Com a formalização da monogamia (antes existia varias mulheres para um homem apenas, e as mulheres não podia ter mais de um marido) surge um novo elemento no núcleo familiar: o pai verdadeiro. De acordo com a divisão do trabalho da família de então, o homem era o responsável pela alimentação e por seus instrumentos de trabalho utilizados para tal, sendo por direito proprietário destes instrumentos. E a mulher conservava os utensílios domésticos. Ocorre que com o avançar do desenvolvimento produtivo, as riquezas referentes aos homens aumentaram enormemente, não se repetindo o fato com as riquezas femininas. Sob a ordem masculina estava agora o manancial de alimentação, o gado, os escravos.” (penúltima página).
Conquistas das mulheres ao longo do tempo
Conquista das mulheres (FONTE: clique aqui):
• O direito ao trabalho fora do lar;
• O direito ao voto (1932);
• Nos esportes (1924);
• Entrar no mercado de trabalho;
• Divórcio;
• Poder ser eleita para o governo;
• Evitar a gravidez (com contraceptivos);
• Poder matricular-se em curso superior;
• A mulher casada passa a ter os mesmos direitos do marido no mundo civil;
• É livre para adotar ou não o sobrenome do marido;
• Conquista o direito de fazer aborto em diversos países;
• Pode fumar e beber;
• Chega a cargos executivos;
• Recebe salários mais próximos dos pagos aos homens;
• No quesito trabalho, ocorreram mudanças entre 1992 e 1999. A participação feminina no mercado de trabalho subiu de 38,8% para 40,3%.
• A educação melhorou: a porcentagem de trabalhadoras, que concluíram o segundo grau, cresceu de 14,7% para 20,4%.
“Apesar do aumento da participação feminina na indústria, elas ainda são minoria nessa área. Em 85, eram 26,35% da força de trabalho. Doze anos depois, a inserção de mulheres foi de 28,13%.”
Extraído do site: http://sociolosofia.blogspot.com/2009/08/materia-desigualdade-social-e-o.html

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DIREITOS HUMANOS & CIDADANIA



Embora a palavra cidadania possa ter vários sentidos, atualmente sua essência é única: significa o direito de viver com dignidade e em liberdade de
DIREITOS DE CIDADANIA

Tornou-se costume desdobrar a cidadania em civis, políticos e sociais. O cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos seriam os que possuíssem apenas alguns dos direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum dos direitos seriam não-cidadãos.
José Murilo de Carvalho, historiador brasileiro, esclarece os conceitos:

1.DIREITOS CIVIS:

São os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei. Eles se desdobram na garantia de ir e vir, de escolher o trabalho, de manifestar o pensamento, de organizar-se, de ter respeitada a inviolabilidade do lar e da correspondência, de não ser preso a não ser pela autoridade competente e de acordo com as leis, de não ser condenado sem processo legal regular. São os direitos cuja garantia se baseia na existência de uma justiça independente, eficiente, barata e acessível a todos.

2. DIREITOS POLÍTICOS:

Estes se referem à participação do cidadão e da cidadã no governo da sociedade. Consiste na capacidade de fazer demonstrações políticas, de organizar partidos, de votar, de ser votado

3.DIREITOS SOCIAIS:

Garantem a participação na riqueza coletiva. Eles incluem o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria, à moradia, etc.



CIDADANIA NO BRASIL

No Brasil, as mudanças na economia e na sociedade têm beneficiado mais os grupos sociais que já eram privilegiados em detrimento das camadas mais pobres da população. Na prática, só determinadas parcelas da sociedade brasileira alcançaram os direitos de cidadania em sua plenitude, como o de receber os serviços públicos de água encanada e tratada, rede de esgotos, luz elétrica, boa educação, bons salários, assistência médica, emprego, etc.

É possível reverter este quadro? Sim!

Uma forma de reverter essa realidade e garantir a cidadania à todos os cidadãos e cidadãs é ampliar a área de participação política, estendendo-a a setores cada vez mais amplos da população. Dito de outra maneira: consiste em fortalecer a sociedade civil. A sociedade civil é formada pelas organizações privadas sem fins lucrativos que se estabelecem fora do mercado de trabalho e do governo, mas que têm importante presença na vida política.
Exemplos de organizações que participam da sociedade civil em nosso país são:
•Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
•Associação Brasileira de Imprensa (ABI);
•As diferentes igrejas organizadas;
•Sindicatos;
•Organizações Não-Governamentais (ONG´s);
•União Nacional dos Estudantes (UNE);
•etc.

As ONG´s

Atualmente as ONG´scompõem o núcleo do que se poderia chamar de terceiro setor que cumpre um papel intermediário entre o Estado (setor público) e a sociedade (espaço privado). Esse terceiro setor, que começa a se constituir, é um setor social autônomo, formado por organizações comunitárias autônomas voltadas para a solução dos grandes problemas sociais. Ela não pertence ao Estado, mas atua em áreas que normalmente deveriam ser atendidas pelas autoridades constituídas.
As Organizações Não-Governamentais (nacionais e internacionais), mobilizam e estimulam comportamentos solidários, dedicando-se a questões como ecologia, paz, educação, cultura entre outras. Dessa forma, elas desenvolvem ações de solidariedade que se contrapõem ao individualismo crescente e à incapacidade do Estado de prestar serviços essenciais à população.
Extraído do site: www.cp2.g12.br/.../Sociologia%20e%20Cidadania/...

sábado, 13 de agosto de 2011

SOS EDUCADORES

VIOLÊNCIA E EDUCAÇÃO AFETIVA

extraído de: http://www.escritorjosefernand​es.com/visualizar.php?idt=3144​382


NO EPISÓDIO DO ÚLTIMO dia 4, a principal novela da Rede Globo de televisão, Insensato coração, exibiu a cena em que o personagem Vinícius mata a pancadas o jovem Gilvan, personagem homossexual. Vinícius, assim como alguns outros rapazes que compõem uma turma, deseja exterminar os gays do mundo. As novelas engajadas estão aí, levando para a ficção cenas que, como essa, lamentavelmente, fazem parte da vida real. Costuma-se dizer que a realidade é mais fascinante do que a ficção. Creio que podemos dizer, também, que seja mais terrível, mais monstruosa. Falarei aqui de um fato preocupante da nossa realidade: Falarei sobre as diversas manifestações de agressividade, de intolerância e de rebeldia, aparentemente gratuitas, entre os jovens, que têm aumentado a cada dia. Por quê? O que estará levando os nossos jovens a desenvolver esse tipo de comportamento? A resposta não é tão simples e pode ser estudada sob diferentes angulações. Apresentarei apenas uma das possibilidades de reflexão a qual imagino ser, talvez, a mais importante, que é: a falta de uma educação afetiva nas famílias.
O programa Fantástico, também da Rede Globo de televisão, no dia 02 de dezembro de 2007, passou a seguinte informação: “Quase 50 jovens são assassinados todo dia no Brasil”. A notícia causa impacto e suscita uma pergunta: quem seriam esses criminosos cruéis que estão matando os nossos jovens? Resposta: os criminosos cruéis que estão matando os nossos jovens são outros jovens. Ocorre no Brasil um fenômeno alarmante: os jovens compõem a parcela da população que mais morre e que mais mata. No quadro estatístico de homicídios na sociedade brasileira, os jovens e os adolescentes aparecem no topo. As pesquisas indicam que “(...) o perfil dos autores de homicídios dolosos (aqueles em que o agressor tem intenção de matar ou tem consciência do risco de provocar a morte da vítima) é composto, essencialmente, por jovens e adolescentes.” (Jornal O Globo On line, 09/02/07)[1]. E esses números, dessa época para cá, só mudaram para pior.
Para se ter uma ideia de como a violência da juventude tem ceifado vidas no Brasil, basta lembrar que o atentado de 11 de setembro de 2001, que derrubou as torres gêmeas do World Trade Center, nos EUA, provocou a morte de 2.749 pessoas, enquanto, com base no número acima referido de assassinatos, noticiado pela TV Globo, podemos concluir que, no Brasil, morrem mais jovens assassinados por outros jovens a cada 60 dias do que o total de mortos no terrível atentado em Nova Iorque. Isso, falando exclusivamente dos jovens que morrem assassinados pelas mãos de outros jovens, fora uma outra multidão deles que morrem de acidentes de trânsito, de overdose de drogas ou álcool, por suicídio, entre outras causas violentas.
Outra constatação é que a violência e o crime crescem a cada dia no meio da sociedade promovidos, também, pelas mesmas mãos de jovens que possuem diplomas e empregos. Acabaram-se aqueles tempos em que o cidadão urbano de bem sentia-se ameaçado por aquela figura suja, pobre e fedorenta do “pivete” ou do “trombadinha”, nomes pejorativos que deram aos bandidinhos que barbarizavam as pessoas pelas ruas da cidade. Os ditos pivetes e os trombadinhas ainda estão por aí. Mas eles caíram de moda e não mais monopolizam o terror. A violência urbana, agora, é também universitária, cheira a perfume importado, veste-se de grife e energiza-se com red bull.
As pessoas ficam abismadas e não compreendem quando a televisão mostra casos de jovens de boa ou excelente posição socioeconômica envolvidos em brigas de boates, rapazes de corpos malhados em academias, bonitos e com dinheiro no bolso, flagrados espancando homossexuais, prostitutas e empregadas domésticas pelas ruas da cidade ou pegos praticando furtos e vandalismos. Na maioria desses casos, os rapazes agressores são filhos de pais que, na infância, foram distantes afetivamente. De fato, esses jovens podem ter de tudo. Mas só no aspecto material. Eles podem vestir as melhores roupas, beber as bebidas mais caras, andar nos carros mais caros e frequentar ambientes de alto padrão. O que eles não têm é justo aquilo que seria fundamental para torná-los humanos, éticos e felizes, que é o afeto dos pais. Inclusive, as causas principais do Transtorno de Personalidade Antissocial, popularmente conhecido como “psicopatia”, são os traumas psíquicos vivenciados pelas crianças ao passarem por situações de desamparo, desprezo e outras formas de desafetos por suas famílias. Um indivíduo com profunda carência afetiva no lar torna-se um profundo agressor da sociedade. Por isso é que ele agredirá as pessoas sem que estas, necessariamente, lhes tenham dado algum motivo, pois o motivo está nele mesmo, no próprio agressor, que apenas precisa de um alvo externo onde descarregar a sua revolta.
A distância afetiva entre pais e filhos tem sido, entre todos os problemas de relação familiar, o maior deles. A irritabilidade, a rebeldia, a frieza no trato com as pessoas, a falta de sentimentos humanitários, enfim, todo um conjunto de comportamentos hostis que esses jovens miram na direção da sociedade pode ser intensificado ─ quando não originado ─ a partir do sentimento de abandono que o jovem desenvolve ante a distância constante dos pais. Essa distância, repito, não é aquela que se dá quando os pais estão fora de casa, por serem muito atarefados com trabalho e outros compromissos. Essa é a ausência física, que já é uma questão séria e causa muitos danos. Mas, aqui, estou me referindo precisamente à distância ou ausência afetiva, que pode ocorrer mesmo quando todos, os filhos e os pais, estão juntos dentro de casa.
Muitos pais costumam falar constantemente sobre os seus filhos, mas dificilmente falam com seus filhos. Os filhos sentem que os pais não lhes dedicam atenção, não por falta de tempo, o que já seria ruim, mas por falta de interesse mesmo por eles, o que é uma situação incomensuravelmente pior. Muitos pais não sabem sequer o nome da escola onde os filhos estudam, quem são seus professores, não se interessam por saber com quem eles andam, quais são seus anseios, seus sonhos, os conflitos pelos quais estejam passando, se eles têm projetos para o futuro. Sentir-se ignorado por quem quer que seja é um sentimento que atinge de cheio a nossa autoestima; sentir-se ignorado pela mãe, pelo pai ou pelos dois, ao mesmo tempo, é a pior sensação que um ser humano pode experimentar. Na verdade, o abandono afetivo dos pais provoca uma dor psíquica que o indivíduo não consegue suportar. E se não consegue suportar, essa sua dor emocional irá explodir de alguma forma. E é nas ruas que essa dor explode, convertendo-se em atitudes violentas gratuitas e absurdas, transformando esses jovens em verdadeiros predadores da sociedade.


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[1] Jovens lideram estatística de homicídios dolosos no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2009.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Estudantes fazem manifestação de apoio à greve dos professores na Praça Sete

Cerca de 150 estudantes estiveram na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, para uma manifestação a favor da greve dos professores, iniciada há mais de 60 dias.

Assim com os profissionais, os alunos, sem aulas, reclamam da falta de valorização da educação no estado, uma vez que, segundo eles, o Governo de Minas paga aos professores um piso salarial que está abaixo do que é estabelecido pela lei.

Eles consideram a atual situação de greve um "descaso", uma vez que as escolas estão vazias e que o governo não deu indicação de que vai atender às reivindicações dos professores.

O trânsito chegou a ficar lento no entorno da Praça Sete, com reflexos nas principais ruas e avenidas da região. Depois de breve ação em frente ao 'pirulito', eles se concentraram no quarteirão fechado na rua Rio de Janeiro e o trânsito foi normalizado no local.

Atualizado às 20h25.
PRISCILA COLEN

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vereador diz que professores são inúteis e causa polêmica em SP

Um vereador de Jacareí, no Vale do Paraíba, interior paulista, postou na rede social Facebook críticas aos professores e à educação. Dario Bueno, do Democratas, mais conhecido como Dario Burro, escreveu que os professores são inúteis e que não gostam de dar aula. As declarações provocaram revolta na cidade.

O diretor do Sindicato dos Professores, Roberto Mendes, foi até à Câmara da cidade nesta terça-feira (9) e expôs no plenário a indignação da categoria. "Isso, no nosso entendimento é calúnia, é difamação. Então, ele deve responder pelo o que ele fala, ele é um homem público", disse Mendes.

Até esta terça-feira, não havia nenhuma representação contra o vereador na Câmara da cidade. Se isso for feito, o pedido será analisado pela Comissão de Ética e ele pode sofrer punições.

Na sessão da Câmara desta terça-feira, o vereador comentou a polêmica, disse não se arrepender dos comentários que fez e que acredita ser livre para expor suas opiniões. "Eu estou sendo sincero e ninguém espera sinceridade das pessoas, quanto menos os políticos", disse o vereador.

Se for denunciado, o vereador deve responder criminalmente pelas declarações. "Em tese, poderá configurar crime de injúria pela forma como ele fez essas declarações ofensivas, genéricas a uma categoria profissional dos professores", explicou o delegado Roberto Martins.

Neste tipo de crime de injúria, o culpado pode pegar até seis meses de detenção. O Sindicato dos Professores informou que ainda não fez uma representação na Câmara porque ainda vai se reunir para decidir que medidas tomar.

O vereador se defendeu, novamente atacando os professores. "Eu não tenho essa preocupação e creio que isso não procede. Mas, isso também demonstra o perfil autoritário do professor. Toda vez que ele é contrariado, ele quer punir quem o contraria de alguma maneira. Dentro da sala de aula, levando para a diretoria ou reprovando e fora da sala de aula levando para a delegacia ou Judiciário".