quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ex-prefeito garante que ficha limpa não o impedirá de sair candidato


www.onorte.net

28/02/2012 - 17h34m
Fotos e Produção: Lucilene Porto
Samuel Nunes
Com o objetivo de deixar o eleitor por dentro do que acontece na política local, o jornal O Norte de Minas mais uma vez sai na frente e inicia uma série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Montes Claros. Serão entrevistados aqueles que tiveram seus nomes ventilados pelos principais articulistas políticos do município, ou que foram citados por outros formadores de opinião em conversas informais e nas redes sociais.
Na edição de hoje, o leitor confere entrevista exclusiva com o ex-prefeito Athos Avelino Pereira. Doutor Athos já foi vice-prefeito em Montes Claros entre 1993 e 1996, e prefeito na última gestão. Atualmente, ele tem ocupado seu tempo exercendo a medicina no Hospital Universitário.
Afirmando ser pré-candidato a prefeito de Montes Claros, Avelino recebeu a equipe de O Norte em sua casa, na manhã da última sexta-feira (24). Direto ao ponto, ele disse o porquê de ter saído do PPS e esclareceu sua situação em relação à Ficha Limpa. Assegurou que a lei votada no STF não irá impedi-lo de alçar vôos na política local.
O senhor já foi vice-prefeito municipal durante quatro anos, e prefeito de 2004 a 2008. Por que lança seu nome mais uma vez como candidato a prefeito de Montes Claros?
Pela convocação popular: o povo de Montes Claros está clamando por socorro! Coloco meu nome à disposição, para atender ao chamamento popular e pela minha responsabilidade de filho de Montes Claros e de homem público, preocupado com a situação caótica em que se encontra a nossa cidade.
Quais as suas principais propostas para o desenvolvimento econômico e social do município?
Montes Claros já tem a vocação natural de crescimento, por sua localização geográfica estratégica, por sua liderança regional, por sua ligação multimodal com grandes centros do nordeste, sudeste e centro-oeste do país, por sua agropecuária, sua indústria, seu comércio, seus serviços, telecomunicações, universidades etc. Mas o poder público municipal tem a obrigação de trabalhar para que os seus munícipes tenham melhor qualidade de vida, com atenção ao saneamento, ao meio ambiente, à mobilidade urbana, à segurança, à saúde, à educação e às necessidades sociais, bem como à sua infra-estrutura urbana e rural, para que Montes Claros possa fazer jus à sua posição de uma das mais importantes cidades de Minas e do Brasil.
Nesse sentido, há que se buscar o desenvolvimento sustentável do município, investindo-se em suas vias públicas, no transporte coletivo, em soluções de trafegabilidade (como a construção de viadutos), em parcerias com as forças estaduais da segurança pública, na oferta de atividades para os estudantes no contra-turno escolar (tipo escola integral), na criação de oportunidades para os jovens, na atração de empreendimentos privados e públicos para a geração de trabalho e renda, na educação e nas atividades artísticas e culturais. Restabelecer as funções dos Centros de Convívio e dos Centros de Referência de Assistência Social.
É preciso fazer as ligações das redes de esgotos com os interceptores sanitários, para se viabilizar o efetivo funcionamento da ETE. É imprescindível se resgatar a saúde pública, investindo-se na atenção primária dos PSFs e no restabelecimento dos repasses municipais aos Hospitais da cidade. É necessário se valorizar o servidor público municipal, melhorar os equipamentos públicos e a qualidade, bem como a relação custo-benefício da merenda escolar. Precisamos recuperar as estradas vicinais, fazer estradas ecológicas, barraginhas de contenção de água e apoiar os produtores rurais, nas suas diversas necessidades econômicas e sociais, garantindo-lhes a sua permanência no campo e na produção.
Para tudo isso, é fundamental uma administração séria, honesta, que aplique com correção, equidade e competência os recursos públicos. Assim como é necessária a elaboração de bons projetos e a busca de parcerias sinérgicas com os governos estadual e federal, com a iniciativa privada e com todas os segmentos da nossa população..
São notórias as dificuldades enfrentadas pelos candidatos no que tange às eleições municipais, considerada por muitos como uma campanha difícil. Para tanto, as alianças são comuns. Neste contexto, quais as possíveis alianças que o seu partido, PSB- Partido Socialista Brasileiro, poderá fazer, objetivando as eleições do mês de outubro próximo?
A reconstrução de Montes Claros vai exigir um amplo arco de alianças em prol do nosso município. Por isso estaremos abertos à participação de todas as forças progressistas dispostas a contribuir para o desenvolvimento de Montes Claros. Buscaremos, não só alianças político-partidárias, mas a união de todas as forças vivas da nossa sociedade que se comprometam com o bem coletivo.
O Supremo Tribunal Federal decidiu, recentemente, que a Lei da Ficha Limpa vale para eleições deste ano. Dos 11 ministros, 7 votaram a favor das regras para barrar candidatos. Esta decisão do STF impede sua candidatura de fato? Qual sua opinião sobre esta Lei votada no Supremo. Ela pode fazer diferença na política local?
Aplaudimos a decisão do STF sobre a validade da Lei da Ficha Limpa, porque ela atende ao anseio popular de barrar políticos corruptos, particularmente aqueles envolvidos com os desvios de recursos públicos e com a improbidade administrativa.
Ao analisarmos as listas publicadas pelo TSE e pelo site Transparência Brasil, verificamos que a aprovação da Lei pode alterar, significativamente, o quadro sucessório de Montes Claros.
No meu caso específico, estou tranquilo porque o Tribunal Superior Eleitoral confirmou a minha inelegibilidade (por ter participado da Semana da Paz nas eleições de 2008), pelo período de 3 anos, contados a partir do fato gerador (outubro de 2008). Esse prazo se completou em outubro de 2011. Essa decisão foi publicada em Acórdão, pela unanimidade dos Ministros do TSE. Portanto, já houve o trânsito em julgado. Por isso, estou liberado para as eleições deste ano.
O senhor foi prefeito durante 4 anos. Qual a principal obra feita para Montes Claros em sua gestão?
É difícil escolher uma obra mais importante, pois, graças a Deus, fizemos muitas delas. E afinal, cada pessoa vai considerar como mais importante aquela obra que melhor atendeu a sua necessidade. Talvez a minha obra mais importante tenha sido a de reduzir (de 25% para 4%) a anemia por deficiência de ferro das crianças das creches de Montes Claros, ao adquirir e distribuir feijão enriquecido com ferro e vitaminas, para todas elas, além de acrescentar frutas e proteínas na merenda escolar. Mas eu poderia destacar, na área da saúde, por exemplo, a instalação de 58 equipes de Saúde da Família, com médicos, enfermeiros, dentistas, agentes comunitários de saúde, etc. A reforma e o reequipamento de todas as Unidades de Saúde, a construção e o equipamento de 5 novas Unidades do PSF (Morrinhos, Santa Lúcia, Monte Carmelo, Santos Reis e Camilo Prates). A construção da sede do SAMU, a ampliação do Hospital Alpheu de Quadros, com a instalação do Pronto Atendimento. O repasse regular de Três milhões e seiscentos mil reais anuais (recursos municipais), para garantir o bom funcionamento dos Pronto-Socorros da Santa Casa e do Aroldo Tourinho, etc. Na Educação, reformamos, ampliamos e reequipamos 65 Escolas urbanas e rurais, entre outras obras.
O que o levou a sair do PPS, partido que atualmente faz oposição ao prefeito na Câmara?
Sou muito grato ao PPS, partido pelo qual fui eleito Deputado Federal e Prefeito de Montes Claros. Deixo lá muitos amigos e companheiros. Considerei inviável sair candidato a Prefeito pelo PPS, pelo seu escasso tempo no horário eleitoral gratuito (28 segundos), o que dificultaria a apresentação das propostas de governo no rádio e na televisão. Aceitei, portanto, o convite de outro partido socialista, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que atualmente tem 6 governadores, 2 ministros, 36 deputados federais e mais espaço no programa eleitoral gratuito. Aceitei, com muita honra, o convite do PSB de Montes Claros e da sua Direção Estadual em Minas Gerais, representada pelo Ministro Walfrido dos Mares Guia e pelo Prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda.
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