domingo, 23 de outubro de 2011

PSICOPATAS NA ESCOLA



O psicopata é incapaz de amar outro ser humano.



O QUE é um psicopata? Para responder, vou tomar de empréstimo um trecho de outro trabalho[1] meu, em que fiz uma explanação do que seja um psicopata:
“Quantas vezes perdemos o equilíbrio emocional (“perdemos a cabeça”), e fazemos ou falamos algo do que nos arrependemos depois? Muitas, muitas vezes. Na verdade, passamos a vida inteira assim. É que isso faz parte da vida do ser humano normal. A sensação de termos feito algo errado, ruim ou exagerado nos incomoda a consciência. O que nos leva a nos sentirmos arrependidos é que na nossa essência emocional temos um laço afetivo com todos os seres humanos. Poderíamos dizer, em outras palavras, que fomos programados pela natureza para fazer o que é certo, o que é bom, o que não vai prejudicar ninguém, e toda vez que, por falta de competência emocional, infringimos esse princípio, algo nos cobra no fundo da mente. Há, porém, indivíduos que são desprovidos desse sentimento de remorso ou arrependimento. Esses indivíduos não passam por nenhum desconforto mental, nenhum tipo de cobrança da consciência depois de fazerem uma coisa errada, podendo ser essa coisa desde um deslize de ter falado algo que magoou alguém, ou a prática de um crime, um homicídio. Tudo isso tem o mesmo peso, o mesmo significado na mente desses indivíduos. Isto é, são simplesmente atitudes que eles tomaram a fim de levarem alguma vantagem. Em qualquer dos casos, não há em sua mente o “incômodo” por ter feito algo de errado. Há apenas o frio prazer de ter feito o que era preciso para se alcançar o benefício almejado. Esses indivíduos são os psicopatas.
“O que torna os psicopatas tão diferentes dos outros seres humanos é que eles não possuem nenhum grau de afetividade por outro ser humano. O psicopata é incapaz de amar outro ser humano. Poderíamos dizer que são pessoas que “não têm dó de ninguém”, nem compaixão. O psicopata planeja detalhadamente um crime. Não se importa com o quanto pode demorar, ele simplesmente aplica sua especial inteligência para que tudo saia perfeito. O psicopata parece ter uma inteligência superior, e isso ocorre porque ele é pura razão. Há uma parte de nosso cérebro, chamada Sistema Límbico, onde se processam as nossas emoções. No psicopata, esse setor do cérebro não funciona. Seu cérebro é simplesmente uma máquina de calcular ganhos e perdas, vantagens e desvantagens. Ele não raciocina dentro dos limites da ética e dos direitos, como nós normais procuramos fazer. Daí a falsa impressão de que ele seria “mais inteligente” do que as pessoas normais. O psicopata só conhece uma lei: alcançar o seu objetivo, custe o que custar. Não importando se, para isso, tiver de matar ou enganar seu melhor amigo, seu primo de terceiro grau, sua mãe ou seu filho”.
As novelas e os filmes exploram muito esse tipo humano, ou, melhor seria dizer, esse tipo “desumano”. Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, uma das maiores referências, no Brasil, em assuntos sobre psicopatia e autora do livro Mentes Perigosas, cerca de quatro em cada cem pessoas são psicopatas. Numa escola de 1000 alunos, há, pois, em média, 40 psicopatas livres para agredirem os nossos filhos. Digo livres, pois aqui me refiro às escolas públicas, que não dispõem de profissionais com formação específica para cuidar dessas questões. Aliás, os próprios professores são reféns dos psicopatas que frequentam as suas salas de aula, psicopatas esses que são por todos considerados como alunos normais, como quaisquer outros. Ledo engano! São lobos misturados entre ovelhas.
São psicopatas muitos dos alunos que praticam o tão falado bullying. A maioria dos professores e dos pais acredita que essa seja uma questão possível de ser trabalhada com métodos educativos ou coercitivos. Mas não é. Somente no caso de alunos normais é possível corrigir-se por meio da educação e da coerção. Quando se trata de psicopata, não há cura. O agressor vai agredir sempre, por toda a vida. O professor poderá fazer o que quiser, e não verá da parte desse aluno nenhuma mudança de comportamento, além de receber dele reações de deboche e de afronta. A polícia vai prendê-lo e, depois de solto, ele vai cometer os mesmos atos, e vai ser preso de novo, e assim por diante.
A psicopatia manifesta-se desde a infância. A criança psicopata é, por exemplo, aquela que tem prazer em maltratar animais, que agride frequentemente seus coleguinhas ou planeja friamente agredi-los, chegando a comentar naturalmente com os pais sobre aquilo que está premeditando fazer. É também aquela criança que não se constrange quando o adulto a repreende, depois de ter feito algo de errado. Essas características ficam ainda mais acentuadas e explícitas na fase da adolescência ou da pré-adolescência, quando as reações do indivíduo psicopata diante da advertência dos professores, dos pais ou da polícia chegam a ser arrogantes e desafiadoras.
Todos os professores, alunos e pais de alunos deveriam saber disso. Essas informações são de capital importância para que eles tenham a chance de tomar a única medida possível, uma vez estando perto de psicopatas, que é: proteger-se.
Autor: José Fernandes, publicado originalmente no site http://www.escritorjosefernandes.com, em 23 de outubro de 2011.

12 comentários:

  1. Acredito eu que até aquele aluno que é bulinado ele pode sim se tornar um psicopata, claro que depois do isolamente se torna um sociopata e dps em estados mais graves quando resolve matar para se vingar se torna um psicopata infelizmente, tudo bem? vc pode seguir e comentar meu blog?
    Obg - http://www.tatinhablogger-thablogger.blogspot.com

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  2. Arlete, o que podemos fazer? Para onde mandamos nosso aluno?

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  3. Arlete, o que podemos fazer? Para onde mandamos nosso aluno?

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  4. Arlete, o que podemos fazer? Para onde mandamos nosso aluno?

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  6. Patético não precisa se esconder seja convencido que vc não vai ser melhor porque são fracos

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  7. Sou professora de EJA (Jovens Adultos) e eu tenho quase certeza de que um dos meus alunos é sociopata. Ele mente descaradamente, plagia trabalhos e mesmo quando confrontado com o trabalho original insiste em dizer que não copiou. Ele dissimula seu comportamento e se faz de vítima, se coloca como injustiçado. Para ele os outros que estão errados, todos estão errados, nunca ele.

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  8. Como lidar com crianças assim? Como impor limites?

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  9. Gostaria de saber as estratégias que uma professora deve ter para lidar com um aluno de 4 ano com características sociopata.

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